Os dados mais recentes sobre emprego na região estudada são oriundos da Amostra Trabalho e Renda referente ao censo de 2000, especificamente a informações sobre pessoas de 10 anos ou mais de idade, total, economicamente ativas e ocupadas na semana de referência por sexo e situação de domicílio, acrescido das informações de pessoas maiores de 10 anos ocupadas na semana de referência por seção de atividade do trabalho principal. Os dados municipais foram comparados com os dados referentes aos estados e Brasil, a fim de verificar como se comporta uma análise local em face de dados mais abrangentes.
No Brasil, dos maiores de 10 anos, 56,58% é informado na pesquisa do IBGE como sendo população economicamente ativa (PEA), empregada formalmente ou não. Esta realidade se repete com poucas variações nos quatro estados inseridos na área estudada, sendo a maior discrepância verificada no Maranhão, na ordem de -5,9%. Por sua vez, a verificação da PEA nos municípios é muito mais variável, com uma abrangência de valores de 32,73% entre a maior PEA, no município de Rio da Conceição (TO), com 63,48% da população maior que 10 anos economicamente ativa, e a menor PEA, no município de Lagoa do Tocantins (TO) com 30,74%.
Questões como a de localização da população (se urbana ou rural) não é algo irrelevante para as municipalidades estudadas, uma vez que nelas o que se verifica não é o acompanhamento das médias estaduais nem da média nacional. No Brasil, da PEA total, 83,12% é urbana, enquanto que nos estados o Tocantins é que mais se aproxima deste valor, com 78,53% da PEA urbana. Nos municípios se destaca os baixos valores de PEA urbana em Rio Sono (TO), São Gonçalo do Gurguéia e Santa Filomena (PI), com respectivos 27,09%, 27,94% e 38,92%. Sobre questões de gênero, não há muito que se considerar, uma vez que os estados e municípios acompanham bem de perto o que se verificou no Brasil como um todo (60,09% PEA é masculina), mas com uma leve predileção da mão-de-obra masculina sobre a feminina, na média, 5,83% a mais. Enfatiza-se uma justiça de gênero em São Félix do Tocantins (TO), na ordem de 49,52% da PEA sendo masculina.
No tocante às atividades do trabalho principal, a pesquisa aponta que o setor que mais emprega no Brasil são as atividades de agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal (atividades agrosilvopastoris), que emprega 17,94% da PEA nacional, seguido muito de perto pelo comércio, com 16,61%. Nos estados estudados as atividades agrosilvopastoris exercem uma presença maior nas atividades empregatícias, enquanto que o comércio se aproxima relativamente bem dos percentuais nacionais.
Tocantins é o estado que mais se aproxima da realidade nacional no tocante à atividade agrosilvopastoril, e mesmo assim com um acréscimo de mais de 10 pontos percentuais. Por sua vez, é o Maranhão o estado mais afastado com seus 42,04% de PEA envolvido com esta atividade. Em alguns municípios as atividades agrosilvopastoris respondem por mais de 50% dos empregos, como é o caso dos municípios tocantinenses de Rio Sono (72,41% do total de empregos nestas atividades) e Lizarda (57,02%) e os piauienses de São Gonçalo do Gurguéia (68,%), Santa Filomena (58,67%) e Barreiras do Piauí (57,76%). Sobre o ramo do comércio, nenhum dos municípios está acima do dado nacional (16,61% da PEA) e 12 dos 17 municípios da área alvo possuem PEA envolvida com o Comércio com percentuais abaixo da metade do valor nacional, com destaque para Lagoa do Tocantins, Rio Sono e São Félix do Tocantins (TO), com respectivos 2,01%, 2,56% e 3,16% de sua PEA no comércio.
Forte discrepância local e estadual se verifica quando analisado o exercício profissional na Administração pública, defesa e seguridade social. 5,37% da PEA brasileira está envolvida com esta atividade, enquanto que no estado do Tocantins é mais que o dobro da mão de obra ativa e em alguns municípios tocantinenses, isso chega a quadruplicar, como é o caso de Rio da Conceição e Lagoa do Tocantins, com 26,53% e 22,11%, respectivamente, da PEA empregada diretamente pelo governo. Santa Tereza do Tocantins e São Félix do Tocantins apresentam o dobro do índice nacional de 5,37%, com seus respectivos 12,87 e 11,05%.
A educação e os serviços domésticos também são relevantes na região. A educação emprega mais de 10% da PEA (dobro dos valores nacional e quase o dobro dos estaduais) em Lagoa do Tocantins, Mateiros, Ponte Alta do Tocantins e São Félix do Tocantins (TO). Por sua vez, o serviço doméstico é significativo em Almas, Lagoa do Tocantins e São Félix do Tocantins, também envolvendo mais de 10% da PEA desses municípios.
Outras atividades, tais como pesca, indústria extrativa, de transformação, produção e distribuição de eletricidade, gás e água, construção, transporte, armazenagem e comunicação, alojamento e alimentação, intermediação financeira e imobiliária, aluguéis e serviços prestados às empresas, saúde e serviços sociais e coletivos, sociais e pessoais, emprego em organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais ou mesmo atividades mal especificadas, não são relevantes nos municípios. Apenas uma ressalva sobre o potencial turístico da região, que pode vir a ser potencializado regionalmente por meio da gestão integrada das unidades de conservação regionais, uma vez que os ramos tradicionais ainda não conseguiram impor uma dinâmica mais positiva para a população econômica ativa local.
